Fábrica de cínicos.
O actual autarca do Porto, de seu nome Rui Rio, mais uma vez veio atacar a falta de profissionalismo dos "homens" da recolha do lixo da sua cidade. Depois de já ter lançado um concurso para privatização de 50% da recolha do lixo na cidade, Rio pondera agora aumentar em mais umas dezenas na percentagem o que levará a uma privatização da recolha do lixo.
É cinismo no mais puro estado.
Só mesmo alguém que conte com uma profunda desinformação dos seus munícipes e o apoio de uma comunicação social macia, gizaria uma manobra destas que já teve anteriores episódios: culpar pelos efeitos indesejados aqueles que têm menor possibilidades de os mudar.
Pergunto: quem, senão os trabalhadores da recolha do lixo, estaria menos interessado em que o seu serviço funcionasse mal?
Este assunto cheira mal e não é pelo lixo.
Já num post anterior me referi a estas estratégias voluntárias por parte de políticos neoliberais, de contribuirem activamente para a degradação dos serviços públicos de modo a poderem justificar a sua privatização. Privatização que antes de ser directa, passa em tantos casos por processos intermédios de criação de empresas municipais, de parcerias publico-privadas, concessões, etc.
Campeia o maior cinismo e desfaçatez em todos estes processos. É que tudo precisa de ser bem urdido. É uma verdadeira fábrica de cínicos esta forma de fazer política.