Volte face no Orçamento de Estado
Notícia de última Hora.
José Sócrates convocou por sinais de fumo (queimou as páginas offline da "pen" do orçamento de estado de 2007) os jornalistas para o Largo do Rato. Com um súbito ataque de consciência de esquerda e de verdadeira coragem socialista, decidiu, vejam lá, até ao fim do mandato:
-dar exemplo máximo e abdicar de 30% do seu salário e de 25% do salário dos seus ministros e de todos os boy's colocados no aparelho de estado;
-reduzir o salário dos deputados em 20%;
-despedir todos os assessores contratados a partir do início do mandato em curso e não contratar mais pareceres pagos, usando a massa crítica do funcionalismo público;
-acabar com todas as mordomias dos ministros e dos respectivos ministérios, mordomias essas que não menciono aqui pois sou tão ignorante que nem sequer as conheço;
-acabar com a pouca vergonha das reformas e acumulações milionárias dos administradores do Banco de Portugal, designadamente chamando de "moderação salarial", (com ironia incontida, dirigindo-se a quem mais usou essas duas palavras no universo e arredores) a um corte de 29% do salário do Director do BP, Victor Constâncio;
-fazer voltar ao trabalho os políticos reformados com 8 anos de serviço, ou, caso não quisessem, ficarem sem reforma durante o tempo previsto;
-fazer pagar à banca dos lucros milionários em tempos de crise (para os outros) o mesmo de impostos que pagam as outras empresas;
-para que os outros empresários não se ficassem a rir da banca, aumentar em 5% a sua taxa de imposto;
-manter o garrote sobre os salários da função pública e continuar o congelamento das respectivas carreiras;
-nacionalizar os bens em terreno nacional das multinacionais que querem fugir de Portugal e exigir-lhes o pagamento retroactivo de todas as isenções e benefícios fiscais que tiveram enquanto estiveram em Portugal. Já que fogem, que deixem aqui parte do couro;
-dar caça sem treguas aos que fogem ao fisco e à corrupção financeira, designadamente através do método dos sinais exteriores de riqueza, da queda do sigilo bancário e à instituição dos "arrependidos" que dêem informações importantes;
-fazer pagar 0,1 % de imposto por cada cêntimo que é transaccionado nas acções bolsistas em Portugal.
E nesta noite ficou-se por aqui.
Na Concertação Social os eternos contras da CGTP já disseram que apoiavam. Afinal estão todos a comer pela mesma medida. Mas justiça oblige. Quem esteve contra desta vez foram os patrões.
Os professores levantaram para já a greve. Um Sócrates assim, com estas medidas, provavelmente dirá à dona Lurdes que já não é preciso roubar os professores de forma tão descarada.
5 Comentários:
E no dia seguinte, depois deste gesto altruísta do primeiro-ministro e da deserção dos seus colaboradores, apelaria ao seu homólogo finlandês para governar o país à distância.
Até me ia dando 'uma coisa' ao ler o 1º parágrafo da notícia, pois a concretização de esperanças em "verdadeira coragem socialista" não pode ser assim uma coisa súbita... ainda morríamos de tanto espanto...
Henrique passei por aqui para te deixar um beijo de ternura... noutros tempos lutámos juntos na FENPROF, onde deixei alguns anos da minha vida em prol da luta dos professores...um beijo amigo...
Henrique deu-me algum trabalho descobrir-te...valeram-me os teus comentários no MPinto, vou passear por aqui, queria só dizer te que não sou "colega", de formação sou ligada à educação mas deixei de exercer à 16 anos, respondi te no meu tasco, mas podes lá não passar.
eh eh eh....sonhaste alto amigo Henrique, mas valeu a pena, fartei-me de rir
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