quarta-feira, maio 16, 2007

Desabafo II

Na verdade, o inimigo também está dentro de nós, professores. As políticas da ministra são sufragadas por alguns professores. Tirando alguns acólitos do PS, os membros dos conselhos executivos e os acumuladores de cargos dos ultimos tempos que têm razões para pensarem que estarão bem posicionados nos próximos tempos, há grupos de, digamos, "professores", que têm razões para abanar positivamente a cabeça aos argumentos da ministra. Vejamos dois:
-os malandros que faziam pouco e faltavam indevidamente (que os há em todas as profissões) só podem concordar com a ministra quando ela diz que os professores trabalham pouco e faltam muito. Aqueles que deram sempre o litro sentem-se ofendidos. Que aguentem...;
-os funcionários rotineiros que "dão" aulas sempre da mesma maneira, que não as preparam, que não avaliam o seu ensino, que não se cultivam, que não vivem a sua profissão, esses, ganham mais do que o que merecem. Deviam ter os ordenados congelados e até reduzidos. Os que sabem o trabalhoso e inacabado que é ser professor, esta profissão impossível, sentem-se insultados pelas medidas da senhora. Que aguentem...
Estes tipos acima mencionados fazerem greve? Porquê? Que razões lhes assistem? Não são trabalhadores, são malandros.
Eu hoje estou com a bilis revolta.

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5 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Sobre o que dizes, falta uma estatística (uma estatística que ninguém tem e acho que não é possível ter). Confesso que há muito tempo que penso que gostaria de ter uns dados estatísticos, mas não ao jeito daqueles a que estamos habituados. Gostaria de ter esses dados cá só para mim, só meus, só para eu própria acabar com discussões comigo mesma e com amigos não professores. É um desejo secreto e irrealizável, mas é tempo de se dizer que nos faz falta, até para não andarmos só a falar e a lutar pelos muiiiiiiitos cujo trabalho e dedicação respeitamos, mas sabendo apenas que são muiiiiiiitos em número (disso não tenho qualquer dúvida), mas não sabemos se são ou não em grande percentagem.

O meu comentário será despropositado? Se é, desculpa, Henrique. Mas fica a "confidência" aqui em primeira mão, eu sei que, ou acabo por escrever sobre isto no meu blog, o que tenho evitado (uma caixa de comentários também é pública, mas é mais inconsequente), ou o meu blogue nunca mais voltará a ser algo mais do que coisinhas muito soltas, pois não gosto de ficar eternamente a falar de uma face da moeda silenciando a outra.

(Hoje, aqui, dei o meu primeiro pequeno passinho para referir a outra. Não foi para usar um espaço que não é o meu, fugindo a fazê-lo no meu; foi para me obrigar a começar a afastar um "tabu", que é muito complicado de afastar, e o teu post - talvez lido muito subjectivamente, é muito provável que não o tenhas escrito pensando o que ele me fez pensar - foi um pequeno pontapé de saída cá para mim)

12:18 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Welcome!!! Revolta sem bilis, ok?
Calma, coragem e força, sentido de humor, paciência e preserverança, tal como até agora, amigo!
M.

11:10 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

Isabel
as estatísticas de que falas também gostaria de dispor.
Moriae
foram apenas desabafos a que se permite quem tem um blog pessoal. Em breve retomarei a "normalidade", seguindo os teus conselhos.

11:56 da tarde  
Blogger Ricardo Montes disse...

Infelizmente e independentemente de quem nos governa (temporáriamente), a nossa classe profissional é e sempre será desunida. Embora não seja detentor de elementos estatísticos, nas sete escolas por onde já circulei, é sempre uma "larga" minoria de professores que adere à greve. Mas basta ver o n.º de sindicatos de professores que existem neste pequeno país, para podermos retirar algumas conclusões...

12:00 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Henrique, mas longe de mim querer dizer que não achei bem! Muito pelo contrário! Apenas tentei reforçar. Acho que realmente não me expressei bem (lendo hoje). Meu amigo, temos o dever de mostrar a nossa tristeza e insatisfação e bem sabemos o que isso implica em termos de coragem! O Henrique te-ma e muita!
Bjinho e desculpe!
M.

11:26 da tarde  

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