domingo, maio 14, 2006

O Ministério e os Professores II

Há alguns posts atrás, a propósito das propostas do Ministério da Educação para o Estatuto da Carreira Docente, lançava eu uma banca de apostas. Entretanto o tempo passa e as tais propostas, que chegaram a ser prometidas para Março nunca mais chegaram. No entanto: o Ministério avançou com catálogos de acções a aplicar nas escolas, contando com os presidentes dos conselhos executivos como seus "interlocutores". Os "Sindicatos" pelo seu lado, lançam alertas de possibilidades de Greve se as propostas forem inegociáveis. E (entre parenteses) os Professores são submetidos ao mais completo desprezo - considerados agentes da aplicação dos tais catálogos idealizadas nos gabinetes do ME e mimoseados com adjectivos nada lisonjeiros - passando ao lado das "coisas" importantes.
Há uns anos houve a ideia, internacional diga-se, de se criarem programas à prova de professores. Será que este ME quer criar Escolas, Educação, Ensino e Resultados, para Europeu ver, "à prova" de professores? Isto não vai acabar bem! Digo eu que, como professor, nem sequer tenho cotação na Bolsa de Valores Imobiliários!!!

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Talvez um dia sejamos capazes de dizer aos sindicatos que estamos fartos que eles (não) nos defendam!
Mais greves?
Para ganharmos o respeito de quem?
E para obtermos o quê?
Para servir que interesses?

1:24 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

AS NOSSAS QUERIDAS PROFESSORAS
Não posso deixar de vir aqui publicamente expressar a minha profunda indignação pelo ataque que está a ser infligido às nossas queridas professoras, no sentido de as obrigar a cumprir o horário de trabalho.
Trata-se de enorme violência para as próprias, para os alunos, suas famílias e população em geral.
Sim, porque não são só as professoras que sofrem com esta despudorada medida, que lhes coarcta o legítimo direito a dar umas voltinhas pelo shopping para espairecer de terem de aturar a cambada de energúmenos que se sentam nas carteiras das salas de aula e lhes limitam fortemente a possibilidade de desenvolver acções de formação permanente mediante o visionamento na televisão de vários programas instrutivos e outros que espelham bem o sentir da sociedade em que nos inserimos, como é o caso das telenovelas e dos concursos onde os docentes iam actualizando os seus conhecimentos.
Aos alunos a medida também não agrada, já que o grau de irritação dos professores tende a aumentar exponencialmente, diminuindo o nível de tolerância às graçolas e aumentando a repressão que sobre eles se abate.
A população em geral tem também vindo a sofrer as consequências, já que não há família em Portugal que não tenha no seu seio uma prima ou uma tia pertencente à prestimosa classe docente que lhes seringa constantemente os ouvidos com a injustiça que sobre eles recaiu. Toda a gente sabe que a grande motivação para passar uma vida a aturar miúdos malcriados era a possibilidade de ter umas férias decentes e de não gastar mais do que meio dia nas aulas ficando com o resto do tempo por conta. Se querem agora obrigar os desgraçados a picar o ponto de sol a sol lá se vai o interesse da função.
Uma das grandes preocupações das professoras em relação a este novo regime que as obriga a ficarem na escola para além das aulas é não saberem muito bem como é que poderão ocupar aquelas horas, já que, como é óbvio, ninguém está interessado em usá-las a trabalhar, quanto mais não seja por pirraça e para chatear o ministério.
Para minorar a sua dor, posso dar aqui algumas sugestões para o melhor uso do tempo disponível. A actividade mais apropriada é a de curtirem com outros professores do sexo oposto, que também andam por ali sem saber o que fazer. As escolas são em geral pródigas em recantos escuros e salas vazias que propiciam o desenvolvimento da prática. O único óbice resulta do reduzido número de homens, pelo que a coisa só pode ser feita em regime rotativo ou fica reservada só para as mais dotadas, com exclusão dos camafeus e das que esgotaram o prazo de validade.
Uma outra actividade a que se podem dedicar é ao jogo da lerpa. Para além de ser de fácil aprendizagem, propícia um grau de excitação próximo da sugestão anterior com a vantagem de o sexo dos jogadores ser irrelevante. Para os que não são capazes de uma coisa nem de outra posso alvitrar umas sessões de espiritismo com uma roda de professoras efectivas à volta de uma mesa pé-de-galo, a estabelecerem comunicação com almas penadas vindas do além.
Manuel Ribeiro, Economista
in Notícias Magazine (JN, edição impressa de domingo, 23 de Abril de 2006)

Sim, sim, leram bem! Curioso é que o mesmo Jornal de Notícias que permitiu a publicação desta bosta, na sua secção "Desabafe Connosco" tenha bem visível nas regras de utilização do fórum os pontos 2 e 3 e que são, imaginem só:

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O estranho é que niguém se pronunciou, nem professores nem sindicatos.
Perdemos mesmo a dignidade!!
Ana

10:31 da manhã  

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