Novamente o Insucesso Escolar
Quem já leu anteriores posts deste blog sabe que a questão do Insucesso Escolar é recorrente. Vem este post a propósito de um "puxão de orelhas" que o Tribunal de Contas Europeu terá dado a Portugal pelos seus índices enormes de insucesso e abandono escolar. Esta questão terá sido a questão principal que foi abordada pela Ministra da Educação com os presidentes de Agrupamentos ou Conselhos Executivos nas mega-reuniões da semana passada. Consta que a dado passo, a Senhora Ministra terá dito aos presidentes que a diminuição do insucesso estava nas suas mãos.
Relativamente a esta questão volto a referir como já o fiz no passado:
-não há insucesso escolar em geral mas insucessos escolares;
-os grupos de alunos que são vítimas de insucesso escolar, estatisticamente, encontram-se em grande número nos filhos das camadas populares da população. Há que não escamotear a importância dos problemas sociais extra-escolares na etiologia destes fenómenos;
-as causas do insucesso escolar são múltiplas e existem neste momento bastantes estudos de qualidade sobre o fenómeno que urge utilizar;
-de facto o abandono e insucesso escolar passa também pelas mãos dos professores e das escolas. Tal tomada de consciência é muito importante para se ultrapassar uma espiral de fatalismo em que entram os professores quando se deparam com alunos nesta situação;
-por último, esta questão do insucesso e abandono escolar deve ser vista como importante em si, e não por causa de repreensões externas. Também não deve passar a ideia de que uma simples vontade ou condicionamento estatístico por parte dos professores ou presidentes de CE's das escolas seria a forma de resolver o problema.
6 Comentários:
Precisamos de um governo que não se limite a navegar à vista...
-... que não navegue à vista;
-que não pense que pode dispensar os professores (e muito menos rebaixar-lhes a imagem);
-que não pense que as questões educativas são coisas simples, resolúveis com meia dose de bom-senso e poses musculadas...
Neste assunto, tenho para mim a ideia de que, como diz o povo, "sem ovos não se fazem omoletes". Ou seja, sem direcções de escola, professores e pais empenhados no sucesso escolar dos alunos é difícil que tal objectivo seja concretizado.
E, como tudo na vida há quem seja responsável, trabalhador e dedicado enquanto presidente do CE, enquanto docente e enquanto encarregado de educação e quem não o seja, pelo que defendo três acções concretas:
- avaliação do desempenho dos Conselhos Executivos e da forma como a vida escolar é ou não devidamente organizada e planeada;
- avaliação do trabalho e dedicação profissional dos docentes;
- medidas de discriminação positiva em relação aos encarregados de educação interessados na vida escolar dos seus educandos e penalizações em relação aos que não demonstram interesse algum.
Meu caro Henrique, tenho visto os teus comentários no meu blog, nunca vendo que tinhas tb tu um espaço na blogosfera! É um prazer ver o teu saber e o teu espirito na forma escrita.
A sério!
Manda-me um mail para ter acesso ao teu - gostaria de trocar algumas ideias contigo.
JP
Miguel
as medidas que conheço e que melhor respondem ao fenómeno do insucesso escolar combatendo-o, são as propostas feitas já há vários anos pelo saudoso Rui Grácio. Transpiram conhecimento, humanismo e pedagogia concreta. Invoco-as num post anterior sobre esse grande Mestre. Sempre que as leio, inspiram-me admiração e responsabilidade, inspiração e algum incómodo...
Revisito-as frequentemente nos seus livros, artigos e nas suas Obras Completas.
JP
não consigo encontrar um endereço para te contactar.
necessario verificar:)
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