domingo, junho 21, 2009

Perguntas impertinentes

Sabemos todos o montante do valor da transferência do Cristiano Ronaldo. E é giro saber isso. Porque é que não é tão propagado o montante dos dinheiros que o Real Madrid ou a FIFA movimentam?
Há uns anitos o mal todo estava no défice e era preciso controlá-lo a todo o custo. Porque é que agora já ninguém fala no défice e ele deve estar bem acima do que diziam ser necessário estar?
Alguém que responda. É que eu gostava mesmo de sabe as respostas. A sério.

segunda-feira, junho 15, 2009

O importante na Educação (Física)

O que é verdadeiramente importante na Educação Física, em primeiro lugar, é que o professor consiga transmitir aos seus alunos o gosto pela actividade e pela cultura (física e desportiva). Essa faceta energética e afectiva do ensino é um poderoso motor que põe em marcha todo um processo que se nutre e requer a autonomia do aluno. Daí que, para além dessa primeira intenção pedagógica – a de dar o gosto pela prática da actividade – o professor tem de guiar os alunos nas aprendizagens que qualificam essa prática: fazê-los aprender bem, os fundamentos primeiro, (e não é de somenos ou fácil definir o que são esses fundamentos), nutri-los de conhecimentos “sur mesure”, apetrechá-los de competências, a principal das quais é a de serem autónomos quanto possam ser e quanto antes.
Ao conseguir pôr em marcha este processo, ao colocar em actividade os alunos como pessoas capazes de autonomia e com gosto no que fazem, o professor dá o empurrão mais decisivo, o inicial. Daí em diante é importante dar continuidade, intensidade, entusiasmo, qualidade, intencionalidade e preencher de sabedoria o que se vai fazendo.
Pensar colectivamente sobre os caminhos a fazer trilhar nesse processo desde o seu início, eis a minha visão de excelência na docência como processo e projecto colectivo em que o trabalho individual se deve integrar criticamente. Reflectir amiúde (e colectivamente) sobre o processo, sobre as ideias e as práticas que se levam a cabo, eis a minha visão de avaliação profissional.
Reivindicar condições para concretizar essa forma de desenvolvimento profissional é necessário, neste tempo em que, por exemplo, o Tempo para reflectir em conjunto é uma substância que interessa a alguns cilindrar, substituído por um tempo sem sentido.

quarta-feira, junho 10, 2009

Problemas de consciência

Num período como este que se aproxima, de avaliação e classificação dos alunos, os professores deparam-se com problemas de variado tipo, em que os de consciência não são dos menores.
Confesso que do ponto de vista da avaliação dos alunos na disciplina que lecciono, nunca tive grandes problemas. Desde o início do ano que as regras estão bem claras entre mim e os alunos, os critérios são de todos conhecidos e bem aceites. Por isso, depois de aula após aula se ir procedendo a avaliações formativas, a avaliação final sumativa decorre com toda a naturalidade. A auto-avaliação dos alunos é geralmente coincidente com a minha hetero-avaliação e, nos casos de discordância, isso acontece pelo facto de os alunos que divergem serem mais exigentes consigo próprios do que eu sou com eles. Aluno que pede nota maior do que aquela que eu acho que merece é extremamente raro e, geralmente, é alguém que está desfasado do processo. E lá vai aparecendo algum aluno assim.
O que traz grandes problemas de consciência, a mim e a muitos outros professores, é ao nível das decisões globais sobre o aluno: transitar de ano/ser aprovado ou ser retido/reprovado. Como não me parecem ser possíveis, a este nível, critérios tão definidos como aqueles que um professor pode ter com os seus alunos em particular, há situações muito delicadas.
Ao longo da minha carreira e em função dos conhecimentos que fui acumulando, fui mudando algumas das minhas perspectivas sobre esta questão. Aqui vou apenas apresentar um problema que é para mim um dilema.
Sabemos hoje todos da sociologia escolar que, estatisticamente, o insucesso escolar afecta sobretudo os filhos das classes populares desprivilegiadas. É evidente que isto é em termos de grandes números e que não é uma verdade individual. Mas do ponto de vista das suas turmas, os professores verificam que os seus alunos com mais probabilidades de terem insucesso são aqueles cujos pais não sabem ou não podem ajudá-los. A questão do "querer" reservo-a francamente para situações residuais de pais com patologia ou extremamente mal formados. Por saberem disso, eu como muitos professores, sentem um mal-estar evidente ao saberem que estão a confirmar o insucesso escolar, com as suas decisões, de alunos que em grande parte são vitimas de um sistema social que não lhes proporciona condições de sucesso como têm outros.
Mais uma vez, este ano, os poucos casos de insucesso escolar que tenho na minha direcção de turma não fogem a este quadro. E isso é para mim um motivo de mal-estar e frustração. Por outro lado, felizmente, muitos outros casos havia, de pouco, mau ou nenhum acompanhamento familiar de alunos. E apesar disso eles não terão insucesso escolar (o educativo é outra história a desenvolver).
De outras coisas falarei noutro post a respeito deste tema. Mas aqui fica desde já a minha convicção de que de modo nenhum, a esmagadora maioria dos professores ou das escolas se sentam à lareira perante o fenómeno do insucesso escolar de larga fatia dos nossos alunos, como afirmou uma senhora sinistra. Nesta altura a grande maioria dos professores sente verdadeiros problemas de consciência. Essa é a verdade.

sexta-feira, junho 05, 2009

"Penso. Logo Resisto."

"Um povo ignorante é um instrumento cego da sua destruição"
Simon Bolivar
Encontrei esta citação no site "consciência.net" onde estive a ler um texto de Frei Betto sobre o Pensar. Vá lá ler que vale a pena.

segunda-feira, junho 01, 2009

A FORÇA DA NOSSA RAZÃO

A manif de sábado foi mais uma impressionante mensagem de resistência cívica de dezenas de milhares de professores. O lema não podia ter sido mais bem escolhido: A FORÇA DA NOSSA RAZÃO.
Por outro lado espero que tenha sido mesmo uma manifestação de adeus às políticas desastrosas que nos tem caído em cima. Todos os que lá estiveram e aqueles que lá teriam estado se tivessem podido não merecem que o desastre continue.