Um debate/reflexão que ainda não se fez
O Miguel Pinto do blog Outroolhar iniciou a publicação de um conjunto interessante de extratos de textos que me parecem importantes para que o debate/reflexão entre os ditos Eduqueses-AntiEduqueses ultrapasse o nível dos rótulos, das acusações e dos lugares comuns. Remete para que nós, professores, coloquemos em questão o que nos põe em causa, mesmo que à custa de um certo desconforto.
Não tenho a certeza da possibilidade desse debate/reflexão em novos termos, mas que o apreciaria e que o acharia profissionalmente importantíssimo, disso não tenho dúvidas.
ADENDA 1:
O colega Prof24 do blog Professor sem quadro colocou um conjunto de posts que contribuem para o debate acima mencionado e numa perspectiva complementar (num certo "contraditório") ao sentido que o Miguel Pinto iniciou. A ler com atenção.
ADENDA 2:
Um grupo de colegas criou um novo blog, Ensinar na escola. Nestes primeiros tempos parece que adoptaram um manifesto tom e conteúdo Anti-Eduquês e dedicam-se a divulgar textos nessa linha exclusiva. Blog a visitar no sentido de contribuir para este debate embora me pareça partir de posições não passíveis de discussão. Boa sorte para o blog.
Uma pequena reflexão que me apetece fazer:
Como seria bom se colocassemos a discussão também ao nível do que acontece nas nossas aulas, sendo capazes de nos colocar em questão.
4 Comentários:
Caro Henrique Santos,
Estou a colocar uma sequência de posts sobre Rousseau em http://professorsemquadro.blogspot.com/
Como referi no blog do Miguel, repare na "proposta" do novo ECD:
"1. A carreira docente reflecte a diferenciação profissional inerente ao exercício das funções de cada uma das categorias a que se refere o nº1 do artigo 4º, devendo ser exercida com plena responsabilidade profissional e autonomia técnica e científica, assente numa lógica de participação activa na comunidade escolar, na comunidade local e com outros parceiros educativos.
2. O docente desenvolve a sua actividade profissional de acordo com as orientações de política educativa e no quadro da formação integral do aluno, cabendo-lhe genericamente:
a) Identificar saberes e competências-chave dos programas curriculares de forma a desenvolver situações didácticas em articulação permanente entre conteúdos, objectivos e situações de aprendizagem, adequadas à diversidade dos alunos;
b) Gerir os conteúdos programáticos, criando situações de aprendizagem que favoreçam a apropriação activa, criativa e autónoma dos saberes da disciplina ou da área disciplinar, de forma integrada com o desenvolvimento de competências transversais;
c) Trabalhar em equipa com professores e outros profissionais, envolvidos nos mesmos processos de aprendizagem;
d) Desenvolver, como prática da sua acção formativa, a utilização correcta da língua portuguesa nas suas vertentes oral e escrita;
e) Assegurar as actividades educativas de apoio e enriquecimento curricular dos alunos, cooperando na detecção e acompanhamento de dificuldades de aprendizagem;
f) Assegurar e desenvolver actividades educativas de apoio aos alunos, colaborando na detecção e acompanhamento de crianças e jovens com necessidades educativas especiais;
g) Utilizar adequadamente recursos educativos variados, nomeadamente as tecnologias de informação e conhecimento, no contexto do ensino e das aprendizagens;
h) Utilizar a avaliação como elemento regulador e promotor da qualidade do ensino, das aprendizagens e do seu próprio desenvolvimento profissional;
i) Participar na construção, realização e avaliação do projecto educativo e curricular de escola;
j) Participar nas actividades de administração e gestão da escola, nomeadamente no planeamento e gestão de recursos;
k) Participar em actividades institucionais, designadamente em serviços de exames e outras reuniões de avaliação;
l) Colaborar com as famílias e encarregados de educação no processo educativo, em projectos de orientação escolar e profissional;
m) Promover projectos de inovação e partilha de boas práticas, com outras escolas, instituições e parceiros sociais;
n) Fomentar a qualidade do ensino e das aprendizagens, promovendo a sua permanente actualização científica e pedagógica apoiado na reflexão e na investigação;
o) Fomentar o desenvolvimento da autonomia dos alunos, respeitando as suas diferenças culturais e pessoais, valorizando os diferentes saberes e culturas e combatendo processos de exclusão e discriminação;
p) Demonstrar capacidade relacional e de comunicação, assim como equilíbrio emocional nas mais variadas circunstâncias;
q) Desenvolver estratégias pedagógicas diferenciadas, promovendo aprendizagens significativas no âmbito dos objectivos curriculares de ciclo e de ano;
r) Assumir a sua actividade profissional, com sentido ético, cívico e formativo;
s) Desenvolver competências pessoais, sociais e profissionais para conceber respostas inovadoras às novas necessidades da sociedade do conhecimento;
t) Promover o seu próprio desenvolvimento profissional, criando situações de autoformação diversificadas, nomeadamente em equipa com outros profissionais, na resolução de problemas emergentes de educativas situações;
u) Avaliar as suas práticas, conhecimentos científicos e pedagógicos e gerir o seu próprio plano de formação.
3. Ao professor titular são atribuídas, além das previstas no número anterior, as seguintes funções:
a) Coordenação pedagógica do ano, ciclo ou curso;
b) Direcção de centros de formação das associações de escolas;
c) Exercício dos cargos de direcção executiva da escola;
d) Coordenação de departamentos curriculares e conselhos de docentes;
e) Orientação da prática pedagógica supervisionada a nível da escola;
f) Coordenação de programas de desenvolvimento;
g) Exercício das funções de professor supervisor;
h) Participação nos júris das provas nacionais de avaliação de conhecimentos e competências para admissão na carreira ou da prova de avaliação e discussão curricular para acesso à categoria."
Continua a achar a ministra tecnocrata? O seu discurso também o considero tecnocrata, mas as práticas nem por isso...
Já agora veja este texto: http://ensinarnaescola.blogspot.com/2006/07/as-correces-sociais-atravs-da-escola.html.
Sobre as temáticas de "eduquês" e "anti-eduquês", aconselho a leitura de "Blues pelo Humanismo Educacional?".
Uma diferente perspectiva, cientificamente documentada, pode ajudar-nos a ver que, afinal, "o rei vai nu", no best seller, "Eduquês (...)".
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