Jornalismo de opinião.
Como é que um chefe de redacção do JN pode dar-se ao luxo de referir-se ao suposto "execrável corporativismo da classe docente", a que a ministra e o seu ME têm tido a "coragem de afrontar", com a sua "apreciável dinâmica reformista"? E isto num artigo em que critíca a mesma ministra.
A minha tentativa de interpretação é esta:
Este senhor pode dar-se a esse luxo dado que cair em cima dos professores é uma moda que pegou e que serve os interesses do dono da sua voz e dos que mandam na nação. Os senhores da sua voz e os que gerem actualmente o país têm de encontrar bodes expiatórios da crise em que nos colocaram. E um grupo com tanta gente, como os professores, que pela sua qualificação e reivindicação conseguiu garantir níveis decentes de salário e de direitos, é um alvo preferencial a atingir.
Dizer estas barbaridades pode, ainda, além dos senhores atrás referidos, contentar alguns daqueles que lêem jornais e que não auferem o mesmo nível de direitos dos professores. Esses não têm, se estiverem atentos, motivos nenhuns para contentamento. Os seus direitos, os poucos que vão tendo, estão a ser alvo (há mais tempo direi eu) da mesma erosão neoliberal que actualmente ataca os professores. É motivo para a união de todos aqueles que trabalham, (menos, por exemplo, daqueles que se prestam às tristes funções ditas jornalísticas) de emprestarem a sua voz a opiniões conveniente para a sua carreira.
A este senhor direi eu. Aplique-se mais em dar notícias. Deixe-se de qualificar profissionais de outras profissões que devem merecer o seu respeito e o do jornal. Jornal de que você é um mero funcionário, mais bem pago do que muitos jornalístas mais competentes mas menos dóceis, com certeza.
1 Comentários:
É isso mesmo, Henrique. Aos acólitos do governo estão destinados papéis asquerosos…
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