quarta-feira, setembro 03, 2008

A máscara de Sócrates

As máscaras colocam-se e retiram-se, no caso dos artistas. No caso de "políticos" como Sócrates, a coisa funciona de forma diferente. Andam com elas permanentemente e, volta e meia, estas vão caindo, especialmente quando alguém lhes aponta os reais problemas ou quando obstáculos reais são colocados às suas limitações políticas.
Foi o que aconteceu agora, nas colocações de professores, com o desemprego de 40 000 pessoas que têm em comum serem formados na profissão de professores.
Sócrates, tal como eu previra em post recente, descartou-se deste real problema com a receita já conhecida: as escolas não são agências de emprego. E para acabar com as perguntas incómodas que ameaçavam desvirtuar o 1.º dia de propaganda virtual do governo na área da Educação rematou com a frase: "Acabaram-se as facilidades". Descartou assim, com penada cínica, o problema/drama de 40 000 pessoas e suas respectivas famílias. Nunca o vi reagir assim, por exemplo, em relação às centenas de milhares de portugueses que estão actualmente no desempego e que vão agora engordar mais, com mais alguns milhares de professores. Aí, a receita demagógica foi: vamos criar 150 000 empregos.
Na Educação, tal é a crispação que lhe faz cair a máscara, Sócrates reage assim, sem o mínimo de compaixão que se poderia pensar ser normal num "socialista".
Nos artistas as máscaras são recursos fundamentais e apreciáveis. Nos "políticos" como Sócrates são artifícios que me fazem desligar a televisão.

7 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Bom dia!

Os Senhores são uma classe impossível, sabe?!

Os senhores não são melhores nem piores que o resto da classe trabalhadora nacional.

Há excesso de advogados? Há! Há muitos no desemprego? Há! Porque não podem estar no desemprego os professores?
Há excesso de historiadores? Há! Há muitos no desemprego? Há! Porque não podem estar no desemprego os professores?
Há excesso de biólogos? Há! Há muitos no desemprego? Há! Porque não podem estar no desemprego os professores?
Há excesso de gestores? Há! Há muitos no desemprego? Há! Porque não podem estar no desemprego os professores?
Etc.
Etc.
Vão-se habituando por que vós não sois diferentes!
Passem bem!
Vico D´Aubignac

11:00 da manhã  
Blogger henrique santos disse...

Já agora gostaria de saber o que faz o Vico D'Aubignac. É que gosto de contextualizar as situações.
De qualquer forma posso responder-lhe que o meu raciocínio não é para professores mas para todos os trabalhadores. Envolve preocupações sociais bem latas.
Quanto ao seu raciocínio está baseado numa premissa que eu acho bem contestável. O Vico acha que o actual estado das coisas é algo a que, simplesmente, nos temos de adaptar. Não põe em causa as suas causas, a sua bondade ou maldade, as suas consequências. Eu pelo contrário acho que a realidade actual, tanto para professores como para os restantes trabalhadores no desemprego é algo que está profundamente mal na nossa sociedade e em relação à qual devíamos fazer tudo para transformar.
Espero que tenha ficado claro o que penso. Espero também pela sua resposta. Cumprimentos.

2:03 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Sr. Santos,

A resposta é simples.
Se os professores e as suas estruturas representativas atacassem o governo pelo lado de não controlar ou controlar deficientemente, sem sentido estratégico e de futuro, o acesso à profissão de professor (por ex. diminuindo os n.ºs clausulus)- evitando dessa forma defraudar as expectativas posteriores de quem, quero acreditar de forma inocente, investiu no seu futuro - aí, dizia eu, tem toda a minha compreensão e concordância.
Agora chorar depois do leite derramado.... tenham paciência!!
Espero tê-lo elucidado.
Os meus cumprimentos.
Vico D´Aubignac

Nr. Vivo na Madeira e aqui, para sobreviver, ou somos do PSD e podemos dar a cara ou, se não somos, temos de vestir alguma "roupagem". Dir-lhe-ei apenas que tenho formação superior, sou um homem de direita e não sou professor; elementos que, de per-si, não sei se lhe darão o "contexto" da minha intervenção....

2:38 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Ahhh... e Vico D´Aubignac escreve-se com um espaço depois do apóstrofo....

2:41 da tarde  
Blogger IC disse...

Henrique
Tens uma 'corrente' a continuar - se quiseres, claro. Vê aqui
:)

8:14 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

Caro Sr. Vico
quanto à questão que coloca, - a de os sindicatos deverem em devido tempo colocar o problema da possibilidade de excesso de formação de professores - posso dizer-lhe com toda a propriedade que o fizeram em devido tempo. A Fenprof desde a década de 90 do século passado que vem a alertar para que os governos cumpram um dos artigos não revogados da Lei de Bases do Sistema Educativo, que diz expressamente que as necessidades de formação de professores devem ser plneadas. (artigo 62, se não erro) Espero a este respeito ter sido esclarecedor.

10:09 da tarde  
Blogger Gilberto Camargo disse...

Caro Henrique, não há diferenças entre politicos tanto portugueses como aqui, no Brasil. Também a educação é tratada com indiferença, também os políticos usam suas máscaras. Mais ainda agora que estamos em vésperas de eleições municipais. Parabéns pelas suas colocações! Saudações brasileiras!

11:02 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial