sexta-feira, outubro 19, 2007

Grandiosa manifestação

Ontem uma forte corrente humana de 200 000 pessoas, trabalhadores de todo o país, percorreu em grandiosa manifestação promovida pela CGTP as avenidas de Lisboa. A comunicação social televisiva cumpriu largamente o seu papel: silenciou quanto pode esta tremenda vaga humana.Se os trabalhadores portugueses tivessem a mínima consciência (e perdessem o medo) do que poderiam conseguir com uma acção consequente de dizer não em massa, tal como ontem tiveram estes 200 000, a política mudaria, não tenho dúvidas. Certas personagens que ditam leis no nosso país seriam varridas do mapa. Entretanto vamos acumulando forças. É de coisas como aquelas que aconteceram ontem que nos tornamos colectivamente mais fortes.
Ao voltar da manif, já noite dentro ouvi no rádio que os senhores da política europeia festejavam com "champanhe português" a assinatura do tratado. Tratado, relembre-se, que estes senhores não tiveram nem têm a coragem de submeter ao sufrágio popular pelos seus próprios povos. Festejam com champanhe num país cada vez mais submerso em pobreza e desemprego. Festejam a ordem perversa, em que quem tem dinheiro manda, em que a maioria das pessoas são peças descartáveis duma economia ao serviço de poucos.
Nos dois dias que se seguiram profusos sorrisos postiços dos políticos de turno e largas "reportagens" sobre o êxito de Lisboa.
200 000 nos quais eu me incluí souberam dizer não nas ruas ao conteúdo não popular desta cimeira de políticos neoliberais. Não houve, que conste, nem um milhar de pessoas a festejar nas ruas o "êxito". Ninguém festejou nas ruas, apenas nos luxuosos salões de conveniência povoados por estes políticos que cada vez mais fazem dizer e pensar ao comum das pessoas que os políticos não passam duns sujeitos que se governam e tratam da vidinha.
Como eu desprezo esta forma de tratar uma coisa tão nobre: a Política.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

O povo deveria castigar o bolorento bloco central, mas não, votam sempre nos mesmos (85%.

Para quando uma verdadeira alternativa de governo à esquerda?

Será que o PCP quer governar?

E o BE?

7:19 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

O povo realmente deveria castigar o Bloco Central, mas na verdade todos sabemos como existem forças enormes na sociedade, a começar pelos meios de comunicação social, que anatemizam qualquer alternativa à esquerda e apontam o tal bloco central como a única solução de poder.
Quantos aos outros partidos à esquerda eu penso que eles querem ir para o governo se tiverem condições para isso. Internamente é também necessário a que se constituam como verdadeiras alternativas de poder e isso não é fácil. Eu acho que eles o podem ser efectivamente: então, se estes sanguessugas que nos governam o são, com os efeitos que isso tem para as maiorias desprivilegiadas e mantidas no engano, como não o podem ser opções realmente à esquerda? Mas tenho a noção real da força da reacção que tal provocaria nos poderes de facto: os grandes grupos económicos nacionais e internacionais; as potencias estrangeiras a começar nos EUA; a Europa cada vez mais neoliberal que temos.
Lá chegaremos, mas serão necessários muitos abanões. A propósito, aconselho o José Faria a ler o artigo que cito no post seguinte e que tem a ver com este assunto duma forma indirecta.

11:01 da tarde  

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