sábado, abril 07, 2007

QUO VADIS FENPROF

Sou um incondicional do sindicalismo: acho-o imprescindível. Sou um participante crítico e construtivo do sindicalismo docente: sei por fora e por dentro como ele precisa de mudar. Refiro-me à Fenprof. Embora tenha achado e ache importante a unidade recentemente conseguida dos mais de dez sindicatos de professores existentes, não confundo a Fenprof com grupúsculos não representativos nem com sindicatos que tantas vezes fizeram fretes ao poder.
Actualmente existem duas candidaturas a secretário geral da Fenprof. Alguns dos colegas dentro do sindicato e fora do sindicato estão preocupados com o facto. Realmente seria bom que neste momento em que o ME/Governo deveria estar sobre fogo dos sindicatos/professores, seja dentro da própria Fenprof que as lutas se travam. Só que, meus caros colegas, eu próprio que não sou forte nas pelejas, reconheço a necessidade de um abanão na Fenprof. A Fenprof como projecto e prática sindical esmoreceu: de dificuldades naturais perante um poder imenso e bem para além da gesta pedagógica até a acomodações pessoais, tudo acontece um pouco nesta nossa Federação. A Fenprof que, quando surgiu, o fogo de Abril ainda aquecia os corações, encontra-se agora perante um arrefecimento que tolhe muitos dos seus protagonistas, outrora os mesmos.
A Fenprof precisa dum novo fogo. Precisa de saber colocar perante os professores, - grupo em que floresceram certas franjas acomodadas por um tempo mais propenso a dádivas e que hoje se encontra, todo, sob um ataque sistémico - uma responsabilidade pessoal e colectiva: a de defenderem a Educação Pública de qualidade, defendendo o valor (e para já a própria dignidade) de uma profissão.
-Para isso tem de chegar aos professores e, sejamos francos, há muitos anos que não chega convenientemente. Falta uma ligação mais directa aos professores, que os confronte com a sua responsabilidade no diagnóstico e na análise dos problemas e na proposição das respostas sindicais. (Sindicalismo, entenda-se, bem para além do tratamento de questões laborais como o poder têm tentado remetê-lo).
-Para isso tem também de trabalhar mais e, digámo-lo, há falhas nesse capítulo. Há evidências crescentes de um sindicalismo preguiçoso e acomodado.
-Para isso tem de cuidar a imagem e comunicação, a qual, muitas vezes, não tem sido a melhor escolhida na intervenção pública.
Dentro de dias vai dar-se a confrontação na indicação de duas personalidades para o cargo de secretário geral da Fenprof. Não tenhamos ilusões que outras questões irão assumir foros de cidadania nesse congresso. O que nele se discutirá será quem irá ser o novo secretário. Nem sei mesmo se tal será uma realidade pois quem lá estará já terá formado a sua opinião sobre tal decisão e assim o jogo estará já feito.
Eu tenho também uma opinião sobre quem é que queria ver no cargo máximo da Fenprof. Conheço os dois candidatos: ambos têm grandes qualidades. O Mário Nogueira já mostrou capacidade de liderança. A Manuela Mendonça ainda não mas nada a impedirá de um dia a vir a ter. Eu acho que neste momento o Mário merece vir a ser o próximo secretário geral da Fenprof. Provavelmente não o será, pela força das inerências e das duas direcções dos sindicatos que apoiam a Manuela. Se ganhar não terá a vida facilitada nos tempos mais próximos e é fácil saber porquê. A Manuela, que provavelmente ganhará, talvez tenha a vida mais facilitada na Fenprof. Por motivos que para mim não são os melhores. Atrás da Manuela arrasta-se muito do que critiquei acima na Fenprof e que persistirá na nossa federação. Não percebo algum entusiasmo de renovação com a candidatura da Manuela, sabendo que a imensa maioria dos protagonistas sindicais são os mesmos. O mesmo acontece, aliás, com o Mário, embora me pareça que possa protagonizar maior renovação.
Já ouvi dizer a alguns colegas com ar de saudade que nada será como dantes na Fenprof . Se fosse no bom sentido, como eu gostaria que isto acontecesse. É que a Fenprof precisa urgentemente de mudar para melhor.
Estranharão alguns que eu não tenha referido até agora as reais ou pretensas intromissões partidárias nestas questões de candidaturas. Meus amigos, é sincera esta minha forma de ler a questão. Os problemas da Fenprof são, neste momento, iminentemente sindicais. Não tenho ilusões: imagino como há movimentações partidárias (e não de um partido mas de vários). Elas são inevitáveis. Só que o importante aí é que os protagonistas saibam intervir no terreno político que é o sindicalismo e o saibam distinguir do terreno político-partidário. E, neste momento, o momento da Fenprof e os problemas da Fenprof são mais da natureza da prática e da reflexão sindical, onde os artífices, os sindicalistas, precisam de melhorar bastante e alguns, retirarem-se ou serem convidados, fraternalmente, a fazê-lo.
A Fenprof, infelizmente, prevejo, não será agora que encontrará um elan sustentado. No entanto afirmo, com orgulho, que nela me revejo, nela me apoio e a apoiarei, pois é, sem dúvida uma âncora que todos os professores deveriam acarinhar. Precisamente nestes tempos difíceis. E particularmente porque é aquela que, apesar de tudo, melhor representa os professores portugueses.

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17 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Num momento em que mais do que nunca precisamos de uma FENPROF forte, considero pena que não tenham conseguido consenso num candidato, fosse o Mário Nogueira ou a Manuela Mendonça, pois o menos desejável neste momento são lutas internas e divisões. E o importante era que se mantivesse uma composição alargada, pois, se é verdade que uma unidade baseada num pluralismo não é sempre fácil no que respeita a conseguir consensos nas várias acções (mas isso tem-se resolvido com esforço interno), na minha opinião não é nada desejável que vença uma linha mais fechada e não esperava que o Mário Nogueira embarcasse nisso. Como muito bem dizes, "o importante aí é que os protagonistas saibam intervir no terreno político que é o sindicalismo e o saibam distinguir do terreno político-partidário". (Não conheço o Mário pessoalmente, como, aliás, à Manuela tb não, mas parece-me que não está nada mal visto pelas suas intervenções públicas contundentes e por alguma razão a ministra o detesta em particular).
Bem, não me alongo porque conheço bem o essencial da FENPROF por dentro e conheço bem o que se está a passar na divisão interna, não quero dizer mais do que o que já disse: Não é bom para os professores, pois divisões só enfraquecem.

3:37 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Talvez toda esta questão seja construtiva ... Talvez os professores passem a sentir mais necessidade de intervenção. Por aí, talvez este corte, quebra, ou o que for, seja um bom ponto de partida para um maior empenho de todos nós.
Um abraço,
M.

4:59 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Espero sinceramente que o resultado, ganhe quem ganhar, não aumente as clivagens e falhas de comunicação internas, entre o que começam a ser facções, no mau sentido.
Mas a leitura do Henrique, pelo que tem de positivo, pode ser um sinal de esperança nesse sentido.

10:13 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

Tenho a confessar que quanto à Fenprof sou muito exigente, demasiado exigente porventura, para com a organização e para com as pessoas que a fazem. Isso é visivel neste meu texto. A Fenprof tem cumprido razoavelmente as suas tarefas. Eu queria mais: queria-a como uma fonte de mobilização dos professsores. Já foi parecida com isso mas os tempos eram outros e talvez isso fizesse toda a diferença. Não tenho esperanças demasiadas em que as coisas vão melhorar no imediato. Podem até piorar em função das práticas dos protagonistas pós congresso. Penso que há clivagens, como diz o Paulo, que se poderiam evitar, mas não sei se isso é possível no momento. Enfim, esperemos que com este abanão, as coisas mexam num sentido positivo, e que, como diz o Moriae constitua um "ponto de partida."

11:37 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Henrique, a Fenprof estava a afrouxar, senti eu, pelo menos ... Senti-me até lesada, há dois verões, em algo que tomei como uma cedência (mas também não posso especificar de repente o episódio). O Paulo Sucena, com todo o bom passado que tem, deu um ar frágil por diversas vezes em que precisávamos de mais força e clareza.
Neste momento, considero muito positivo este diálogo que se tem gerado, aqui, no seu blog, no do Paulo, do João e ... se assim continuarmos, muitos de nós ganharão ânimo. Eu, sem dúvidas :)
Abraço,
M.

12:50 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Henrique, parabéns pelo esforço de objectividade. Aliás, nenhum de nós tem de se explicar aos outros relativamente às suas crenças mais profundas e essas influenciam inexoravelmente a forma de vermos as coisas.
Sinceramente, não considero negativo que haja duas listas. É prova de alguma vitalidade. Nem penso que ESSE facto prejudique ou enfraqueça o movimento sindical. Do meu ponto de vista, o que enfraquece o movimento sindical é a sua cristalização em modelos ultrapassados e que não respondem às questões centrais da nossa era: a era do fim do emprego para a vida, dos "direitos adquiridos" e de muitos outros conceitos que necessitam de revisão urgente. Dos dois candidatos, só conheço um pessoalmente e não ponho em dúvida a sua capacidade individual de luta. O problema é o modelo. E as coisas que se tornaram indefensáveis sob todos os pontos de vista. Depois, há a HISTÓRIA. Não me levem a mal as maiúsculas. A história das prioridades da luta sindical dos professores nos últimos trinta anos não prima por um enfoque na verdadeira dignificação da profissão. É evidente que os sindicatos têm de defender os interesses dos seus associados, mas não de uma forma demagógica. Defender interesses dos que se instalaram na carreira à espera que tudo venha de cima, mas afinal, não é bem tudo, etc., é uma posição que gera fragilidades e contradições tremendas e sem solução à vista...

1:01 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

Idalina
eu não me tentei explicar. Tento contribuir na medida do possível naquilo que acho essencial. E a intervenção sindical é essencial para mim e para os professores: é preciso é que ela tenha qualidade, seja esclarecida, democrática, participada, combativa.
Eu não acho que sejam os modelos sindicais do passado que já não sirvam. É evidente que em cada tempo as organizações têm de adequar as suas formas de actuar. Mas há princípios que estão nos estatutos do sindicato (da Fenprof em particular) e que vão ser válidos por muito tempo no futuro. Penso até ser pela falta da sua interpretação prática que alguns problemas existem. Há défices na realização dos princípios do sindicalismo docente actualmente.
Quanto a coisas que a colega fala que a realidade nos apresenta neste momento vejo que a colega já interiorizou muitas das "crenças" que os gurus da "sociedade de mercado" nos afirmam a todo o momento: o emprego não está garantido; não há direitos adquiridos, há os que se podem comprar. De facto assim é e será se continuarem a vingar as teses neoliberais: cada vez mais os direitos humanos (e o direito ao trabalho é um direito humano essencial) serão uma quimera; no que concerne à Educação, esta passará cada vez mais da esfera dos direitos para a esfera mercantil de quem a puder pagar. Pergunto-lhe Idalina: isto é uma fatalidade ou um rumo politicamente tomado por quem manda no mundo? Poderia ser de outro modo? Eu acho que sim e que devemos lutar para que assim seja. Embora os teóricos do pensamento dominante nos impinjam todos os dias que não são sustentáveis a nossa segurança social, os direitos das pessoas, etc, saiba Idalina, que há outros teóricos que apresentam outras ideias tão concretas e possíveis de realizar como as que se concretizam todos os dias no nosso mundo, para mal, principalmente, de povos inteiros condenados à miséria mais profunda.
Males que nós agora, no ocidente começamos a sofrer, nós professores que conseguimos adquirir alguns direitos importantes. Quanto aos professores, é verdade que aqueles que estão no topo da carreira, estavam numa situação bastante boa, principalmente se os compararmos com os outros professores, já para não falar do nível de vida da grande maioria do povo português. Penso que em alguns aspectos, alguns ajustes haveria que fazer. Era o caso dos horários dos colegas com o máximo de reduções, e outras situações pontuais. só que, como sabe, isso foi utilizado para denegrir todos os professores e fazer uma revolução negativa e global no nosso ECD, cortando a torto e direito todos os direitos e descaracterizando e desvirtuando globalmente a profissão.
Quanto aos professores instalados ( e sindicalistas também) na carreira, concordo que de facto há muitos instalados, muitos amorfos, muitos com medo. Não fosse assim e este país tinha assistido a profundas e umulativas greves e manifestações várias de repúdio pelas políticas para o sector do governo. A campanha que denegriu os professores teria sido alvo de um repúdio mais profundo e generalizado dos professores, do que as queixas confinadas a salas de professores e blogues. Tenhamos esperança que as coisas mudem. Para já há a certeza de terem mudado para pior embora as consequências práticas ainda estejam longe de se terem evidenciado. Idalina, os sindicatos são mais precisos hoje do que há dez anos. Contribuamos construtivamente para que eles melhorem.

4:56 da tarde  
Blogger Paideia disse...

Bom, Henrique, de facto, já não luto nas ruas, disso já tive a minha conta; embora não diga que não beberei dessa água, se for preciso.
Escrevo para os jornais, escrevo para a hierarquia, escrevo para quem me parece poder mudar algumas coisas e algumas coisas que me prejudicavam consegui, de facto, retirá-las do ECD: os sindicatos não me atenderiam: sou excessivamente minoritária, as minhas necessidades pouco rentáveis à demagogia reinante.
Tb não consigo andar na rua a chamar impropérios a ministros, sejam eles quem forem, de que cor política forem; por uma razão simples e elementar: tb não gosto que me chamem nomes a mim.
Penso que não tenho falta de humor (Lá se me vai a ferramenta, Público, Outubro de 2006) e que tenho espírito crítico (É para isto que servem as provas de aferição?", Público 3 de Fevereiro de 2007), escrita no seguimento de uma recusa da direcção se serviços de avaliação do GAVE, que me custou uns bons trocos a menos no fim de todos os meses. Quanto ao resto, sobretudo a falência do pensamento e da acção sindicais, penso que se encarássemos estas questões com coragem, encontraríamos uma boa forma de evitarmos a ideologia neo-liberal.Mas é apenas o que eu penso.

6:06 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

Idalina
estive nas últimas manifestações de professores. O único "impropério" que proferi em grupo e que acho que foi apropriado foi chamar "mentirosos" aos nossos governantes da Educação. Tenho, temos provas abundantes disso mesmo. Ainda hoje a ministra voltou a mentir acerca dos alunos do ensino especial. Por isso quanto a impropérios nas manifs está mal informada, talvez por não ter estado lá. Se houve alguns cartazes de alguns professores um pouco ofensivos para a senhora ministra, não o nego, mas não foi algo assumido colectivamente.
Achei curiosa a afirmação de que conseguiu retirar do ECD o que era mais gravoso. Gostava de saber mais se lhe for possivel dizer.
Quanto à falência do pensamento e da acção sindicais penso que um atestado generalizado não é correcto. a colega lá terá as suas razões para pensar assim. Penso que não podemos prescindir dos sindicatos. Precisamos deles fortes, com boas ideias e determinados na acção. E que saibam mobilizar os professores no caminho... A coragem é, de facto, uma qualidade necessária e pouco generalizada na nossa sociedade. Convém aos neoliberais dominantes gente submissa, desinformada e desorganizada. Por isso incutem tanto o medo por todos os meios, levando os próprios povos até à guerra se for preciso.
Continue a participar ao seu modo. Todos somos precisos para tentar tornar as coisas melhores, nem que seja um bocadinho.

11:51 da tarde  
Blogger Paideia disse...

Henrique, Se "Gostava de saber mais se lhe for possivel dizer", está tudo escrito: no meu blogue, no Jornal o Público, no DN,por aí...

12:28 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Henrique, muito bem dito ... Já agora, eu também estive nas últimas manifestações e não chamei impropérios a ministros nem a ninguém ... que ideia essa ... Dizer que mentem, digo, porque mentem de facto ... Também digo isso e repito! Mentirosos!

8:27 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

parece que o Mário D.Soares mudou de campo! Pressões partidárias?

5:29 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

http://jn.sapo.pt/2007/04/14/nacional/fenprof_confrontada_demissao_subita.html

Rita Pestana mostrou-se surpreendida com a atitude de Mário David Soares, que classificou como traição. "Tenho pouca habilidade para a promiscuidade entre sindicatos e partidos políticos", disse, ao considerar a decisão daquele dirigente como uma "tentativa de controlo total da federação pelo Partido Comunista".

Um sindicato que diz representar-me mas que é apenas caixa de ressonância de um partido político? Não, muito obrigado. E no entanto são os melhores.

7:44 da manhã  
Blogger henrique santos disse...

s.l.
que exagero. Está, felizmente, muito longe da realidade colega. Não vá pela dita comunicação social. Nem emprenhemos pelos ouvidos num período em que se usam muitas armas sujas, dum lado e do outro.

3:33 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Quem emprenhou não fui eu - foi Rita Pestana, dirigente do SPN. A comunicação social reproduziu aquilo que a senhora disse - e não vi nenhum desmentido. Quem está longe da realidade não sou eu - são os apoiantes da "outra" candidata.

Se alguém DE DENTRO da fenprof diz que o sindicato se está atransformar em caixa de ressonância do PCP, quem sou eu para o desmentir?

7:24 da tarde  
Blogger henrique santos disse...

s.l.
a Rita Pestana é da Madeira. Ela é apoiante da outra candidata e também pertence a um partido político. Ela é presidente do conselho nacional da Fenprof e candidata a esse cargo na lista concorrente à do Mário Nogueira. Ela é tudo menos desinteressada neste caso e acho que deveria estar calada. Há um desmentido do Mário David Soares que a "comunicação Social" não se dignou a publicar.
É este:
"Exmo Senhor Director do Jornal de Notícias


Em relação com a notícia publicada hoje na página 9 do jornal que V. Exª dirige com o título “Fenprof confrontada com demissão súbita” venho solicitar a publicação do seguinte esclarecimento quer para defesa do meu bom nome quer para reposição da verdade.

1. O JN publica hoje uma notícia onde refere o meu nome a propósito do próximo congresso da FENPROF. Nela três dirigentes se pronunciam sobre a minha demissão do Conselho Nacional da FENPROF. Por conter insultos e mentiras sou obrigado a fazer este esclarecimento.
2. Sobre o que afirma a Presidente do Conselho Nacional da FENPROF, Rita Pestana, não direi uma palavra de resposta por mera questão de ética: ela própria faz parte de uma lista não apoiada pelo seu Sindicato continuando a exercer funções directivas no seu Sindicato, enquanto eu só aceitei fazer parte de uma lista não apoiada pelo meu Sindicato depois de pedir a demissão dos seus órgãos directivos.
3. Quanto ao que afirma o coordenador do SPN, Abel Macedo, é verdade que, por insistência dele e de outros dirigentes, aceitei poder ser um candidato de consenso. Mas o que ele não diz e é verdade é que:
a) Afirmei e sempre reafirmei que só seria candidato na condição de não haver outra candidatura;
b) Quando surgiu outra candidatura essa hipótese foi de imediato abandonada
c) Não fui tido nem achado na indicação de uma outra candidatura por parte do meu Sindicato. Para quem seria candidato de consenso é no mínimo estranho que não se lhe desse a oportunidade de se pronunciar
d) Em reunião de Direcção do SPN afirmei que não queria entrar numa guerra entre candidaturas pelo que só aceitaria fazer parte do Conselho Nacional se fosse indicado pelo meu Sindicato;
e) Recusei sempre fazer qualquer declaração de apoio à candidatura do SPN porque ela, além de dividir a FENPROF, dividiu o meu próprio Sindicato
f) É pois falso que eu tenha apoiado a candidatura da Manuela Mendonça desde o princípio ou em qualquer outra altura
g) A lista apoiada pelo meu Sindicato (e, já agora, não o meu Sindicato) comunicou-me que indicaria o meu nome para o Conselho Nacional na condição de, no Congresso, dar sinais claros de que estaria ao lado das posições da lista ( e, já agora, não do Sindicato);
h) Tendo em conta o meu passado de luta pela unidade dentro do SPN (do qual fui coordenador durante 17 anos) e da FENPROF (de que fiz parte do Secretariado Nacional durante 24 anos), tendo em conta que as condições que me eram impostas não me dignificavam enquanto pessoa e, sobretudo, enquanto dirigente sindical com coluna vertebral, solicitei a minha demissão de todos os órgãos directivos do SPN, bem como do Secretariado Nacional da FENPROF onde estava por indicação do meu Sindicato.
4. Sou agora o sócio nº 13 do SPN, não tenho compromissos com ninguém, quero continuar a lutar pela dignificação dos professores e por uma escola pública, democrática, de qualidade e para todos e, por isso, resolvi aceitar o honroso convite do meu colega e amigo Mário Nogueira para integrar a sua lista, enquanto candidato a Presidente do Conselho Nacional da FENPROF.
5. Em Congresso, os professores decidirão quem os trai e quem quer controlar o quê.



Com os melhores cumprimentos

Mário David Soares

Para qualquer esclarecimento adicional pode contactar para o nº 91 412 39 89"

12:18 da tarde  
Blogger SL disse...

Esclarecedor.

9:28 da tarde  

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