sábado, março 31, 2007

Sem governos não haveria défices, só superávites.

Reparem nesta parte de notícia:
"O TC analisou as despesas, as contratações e a gestão de 205 gabinetes (entre Ministérios e Secretarias de Estado), dos Governos de Durão Barroso (2003), Santana Lopes (2004) e José Sócrates (2005).
A despesa global movimentada ascende a 12,8 mil milhões de euros – o equivalente a dois défices públicos ou a quatro aeroportos como a Ota."

Como é que estes sacanórios podem resolver o problema? ELES SÃO O PROBLEMA.

Etiquetas:

sexta-feira, março 30, 2007

Obscurantismo TGV

O papa que guia neste momento os destinos do Vaticano está a envidar esforços para conseguir em tempo recorde tornar santo o papa anterior, João Paulo II. Atribuem-lhe dois "milagres" de cura de doentes: uma freira com Parkhinson e um doente de leucemia.
Como é possível em pleno século XXI chegar-se a este exemplo de obscurantismo?
Obscurantismo esse que cobriu com um pesado manto de silêncio o curtíssimo "reinado" de João Paulo I, papa que tinha ideias arejadas e que poderia trazer ao mundo e aos pobres em especial outros caminhos. Papa que, lembremos, queria limpar a corrupção imensa e os negócios escuros que se praticam sob o manto da Santa Sé. Morreu sem se saber como e como o corpo dos papas é inviolável não houve autópsia que pudesse revelar as causas dessa morte conveniente.

Etiquetas:

quarta-feira, março 28, 2007

Censuras

"Não há pior censura nos países democráticos, como se lhes chama, do que a económica"
Cineasta Costa-Gravas

Etiquetas:

sexta-feira, março 23, 2007

"DEMOCRACIA OU PLUTOCRACIA"

Obrigam a televisão pública britânica - BBC - a fechar um portal educativo porque compete com os centros privados. E esta hem... como diria o Fernando Pessa.

Ler este artigo imperdível de Pascual Serrano "De Estado social a Estado delincuente" no Rebelion.org.

Etiquetas:

quinta-feira, março 22, 2007

Reflexões sobre a actual condição docente: quem não se sente...

Premissa 1: em primeiro lugar quero dizer que tenho bem presente que na actual correlação de forças - altamente desfavorável aos professores como em post anterior mencionei, - os professores por si só, mesmo que muito unidos e em torno de sindicatos também unidos, dificilmente conseguirão travar eficazmente no imediato a vaga de retrocesso dos seus direitos e de ataque à escola pública. É que tal vaga, ainda que tenha seleccionado um grupo profissional como o nosso por razões objectivas e subjectivas assinaláveis, pretende atingir muito para além dos professores e da Educação Pública. Pretende atingir todo o mundo do trabalho (no sector público como exemplo e no sector privado como seguidor do exemplo) e tudo aquilo que no actual Estado é direito dos trabalhadores e Serviço Público;
Premissa 2: pelo que disse atrás, penso ser necessário e imprescindível reunir/criar todas as plataformas de união em torno de questões concretas (e refiro-me às questões dos direitos dos trabalhadores e dos direitos à Educação e à Saúde), que podem e devem congregar muitos portugueses (tendo a consciência que as políticas de retrocesso social em curso são transnacionais: no nosso caso são políticas neoliberais promovidas pela União Europeia);
Premissa 3: perante este actual estado de coisas, que os professores e as escolas vivem: um novo estatuto que dizima direitos, que desfigura e desvaloriza a profissão; uma regulamentação que divide os professores em duas carreiras (menorizando o trabalho em sala de aula) e utiliza critérios absurdos e contra todas as regras de um estado de direito; medidas a nível dos concursos que os desregulamentam largamente e dão lugar à arbitrariedade; medidas previstas para a nova formação de formação que abastardarão o nível dessa mesma formação; um aumento da violência contra professores e um cavar da perda de autoridade que derivam claramente da forma como foram tratados pelo ministério da Educação nos dois últimos anos, etc;
Acção imediata: os professores não podem ficar calados neste momento mesmo que no imediato não possam travar eficazmente as medidas em curso. Os sindicatos, como imprescindíveis representantes dos professores, além de tomar medidas em várias frentes, das quais a frente legal em relação ao rol extenso de ilegalidades cometidas por este ministério é importantíssima, têm de promover uma batalha no imediato. Têm de convencer os professores a fazer algo que, apesar de tudo, há que afirmá-lo, ainda não fizeram frente a este ministério: dar-lhe luta verdadeira. Têm de dizer aos colegas que falam contra as medidas do ministério mas não fizeram as greves marcadas que se deixem de conversa. Têm de ser capazes de mobilização: de marcarem legalmente greves a doer; greves de muitos dias que paralisem as escolas; greves que mandem uma mensagem clara àqueles que ainda estão do outro lado da opinião, muitas vezes envenenados pela propaganda do governo e dos seus acólitos; greves dizia, em que os professores mostrem que não estão a brincar e que o que os move não são meros interesses corporativos ou laborais.
Quem não se sente não é filho de boa gente. Os professores hoje, mais do que sentirem têm de agir para demonstrar que não admitem estas políticas e que, contra elas, são capazes de lutarem aguerridamente, mesmo à custa de parte substancial do seu salário. Caso os professores e os seus sindicatos não consigam passar essa mensagem, outra, mesmo sem o quererem, estão a passar: o caminho continua aberto aos abutres!
Os professores mantêm as escolas. O trabalho que lá se faz é feito ou dirigido pelos professores. O que lá se faz de melhor a eles se deve em grande parte.
Há uma paz podre nas escolas. É tempo de partirmos para um novo patamar da luta.
Fazê-lo não assegura nenhuma vitória imediata. Não o fazer, significa desde já, uma triste capitulação.
P.S. Espero que a Fenprof e os seus sindicatos membros, saibam estar à altura neste momento tão crucial. Entretanto algo está a assentar praça no sistema educativo. A própria regulamentação dos titulares prejudica ignominiosamente os colegas dos sindicatos que estiveram a tempo inteiro nos últimos anos. É uma manobra inadmissível para quebrar a acção dos sindicatos.
Aos colegas que não estão muito virados para a figura da greve, eu direi: é simplesmente a medida legal que os trabalhadores dispõem com mais força para exprimirem as suas posições, desde que a façam maciçamente. Neste momento não vejo outra mais eficaz. Se souberem digam.

Etiquetas: , ,

Falar claro

"Somos os donos do país, possuímos o capital e também a terra, todos os demais formam uma massa influenciável e que se pode comprar; por isso não têm direito a nenhum poder".
Palavras do banqueiro Matte em finais do século XIX.
Nesse tempo podia-se falar claro. Imagino como agora os nossos banqueiros e poderosos devem andar entupidos. Só podem dizer coisas destas em privado. Valha que a realidade continua a mesma para compensar a sua falta de liberdade de expressão.
Citação recolhida do seguinte artigo do Resistir.Info.

Etiquetas:

quarta-feira, março 21, 2007

"CONTRA O PESSIMISMO"

"A crítica radical do mundo tem uma ampla avenida pela frente, mas isso também implica em riscos. Nunca a humanidade dispôs de tantos avanços técnicos e científicos para transformar o mundo conforme os sonhos humanistas, mas nunca se sentiu tão impotente diante de um mundo que parece funcionar por uma lógica absolutamente autônoma..."

Emir Sader in Carta Maior (Leia lá o resto do artigo)

Etiquetas:

segunda-feira, março 19, 2007

Metáfora de um país?

"Aquele desgraçado "A Bela e o Mestre" reflecte um País em colapso. E o colapso é de natureza cultural e não, exclusivamente, de ordem económica, como pretendem fazer-nos crer. O amolecimento moral dos portugueses só é proveitoso para o grupo possidente. A crítica ao poder deixou de existir. O que se combate é o Governo, ou os Governos, mesmo assim com a subtileza dos que esperam, um dia destes, ser beneficiados com sinecuras. O poder deixou de estar nas mãos dos Governos. Quem manda são os grandes grupos económicos. Basta reparar nos governantes que estiveram, estão e irão, certamente, estar nas grandes empresas privadas: banca, seguros, energia, saúde, educação. A análise do "sistema" ausentou-se dos media. E aqueles que ousam beliscar, ao de leve, o corpo coriáceo desse "sistema" pagam caro a pessoal exigência de rigor e de honestidade. Dilectos: podem crer que sei do que falo. E, às vezes, interrogo-me: até quando?"
Baptista Bastos in Jornal de Negócios

Etiquetas:

sexta-feira, março 16, 2007

Felicidades alternativas ou "mais 30 planetas"

"Eu prefiro adquirir um novo amigo do que um novo carro".
Castoriadis

Etiquetas:

Que bicho lhes mordeu?

Acabei de ler o "Público". Em vários sítios do jornal deparo com várias bicadas no nosso homem do leme. Ele é no humor do inimigo público, ele é noutros locais, ele é no próprio editorial do director de pedra e cal resistente aos despedimentos recentes, J. M. Fernandes.
Que bicho terá mordido estes tipos, pergunto eu ingenuamente, meio atordoado por uma semana de trabalho bem recheada? Nada que um abanão ao neurónio adormecido não resolvesse: foi a OPA, murcão, foi o fracasso da OPA. É que há públicos que são eufemismos bem rasteiros para "a voz do dono".

Etiquetas:

sábado, março 10, 2007

Os "Independentes"

Há já algum tempo que anda na moda criticar os políticos e a política. E esta moda, que já vai longa, (já dura há muito mais do que os 6 meses da "moda" vulgar) colhe popularidade no "povo" sofrido pelas políticas e políticos de turno. Vai daí é a política e todos os políticos que apanham pela mesma medida, esquecendo o facto de que o espectro dos "decisores" abrange um leque restrito de políticos: no nosso caso português o denominado Bloco Central, a espaços cooptando o CDS/PP. Esquece-se a crítica, que a alternância democrática que vamos tendo nas últimas décadas é sempre a mesma.
Há muita gente que perante estes factos diz que já não vota ou que não vai votar. Não vê que dessa maneira em nada contribui para mudar a política ou as políticas que contesta.
Há ainda quem afirme um estatuto moral superior por ser independente, no sentido de não estar filiado em partidos. Isto francamente parece-me muito questionável. A superioridade moral ou outra verifica-se pela qualidade dos seus pensamentos, actos, sentimentos e valores e não pela simples pertença ou não pertença a associações partidárias. E até a capacidade crítica ou independência de pensamento não é apanágio dos formalmentes independentes.
Na comunicação social dita de referência tivemos há dias um caso paradigmatico. O jornal "O Público" a pretexto de uma reestruturação onde despediu imensos jornalistas (imagino os critérios de despedimento) mas manteve o director (para dar o exemplo, com certeza), rescindiu os "contratos" de colaboração com todos os opinadores filiados em partidos. Como a maioria dos opinadores que eles têm que não são filiados em partidos não são de facto independentes mas foram escolhidos mediante critérios próprios de quem manda lá no jornal, é de esperar um estreitamento do leque de opiniões políticas e outras do dito jornal. Algumas áreas do espectro político ficam assim, deste modo, ainda mais arredadas da parcela de opinião deste jornal. Nada que me surpreendesse.
Os critérios ditos meramente jornalísticos têm sido em muitos meios de comunicação social utilizados para censurar e limitar a expressão de certas ideias. É que quem gere os tais critérios são tudo menos independentes.

Etiquetas: ,

terça-feira, março 06, 2007

"PORTUGAL E ESPANHA: OS BONS ALUNOS" e outros assuntos

Vejam só estas tácticas da OCDE:
(A propósito não sei se sabem que a nossa Maria de Lurdes esteve uns tempos a trabalhar em tão benemérita instituição.)
"PORTUGAL E ESPANHA: OS BONS ALUNOS

Pergunta-se então a organização: como fazer aceitar reformas do mercado de trabalho que corresponderiam aos interesses dos assalariados e dos desempregados mas que eles não querem? As recomendações feitas aos governos dos povos tumultuosos são sublinhadas a negro e a itálico no relatório: é preciso proceder a «reformas parciais: reformar marginalmente para pôr em aplicação ulteriores e mais profundas mudanças de política». A ofensiva tem pois de passar pelos flancos e minar os contrafortes mais frágeis do sistema salarial, reservando para um segundo assalto o “núcleo duro”: «Para se evitarem conflitos com os principais grupos de interesses, os governos, num primeiro tempo, podem introduzir reformas à margem do “núcleo duro” do mercado de trabalho, sem verdadeiramente tocarem nas estruturas institucionais de que beneficiam os trabalhadores. Isso tende a reforçar a dualidade do mercado de trabalho, permitindo depois obter progressivamente o apoio da opinião publica a reformas mais fundamentais das instituições e políticas do mercado de trabalho».
A organização dá o exemplo da Espanha e de Portugal, onde esta estratégia foi posta em prática com êxito. Em Portugal, em particular, foram liberalizados o trabalho temporário e os contratos de duração determinada, antes de serem alargados aos contratos de duração indeterminada os motivos válidos de despedimento e de ser abolida a autorização prévia dos despedimentos colectivos.
Essa batalha bem organizada, conclui a OCDE, «colocou provavelmente os trabalhadores titulares de um contrato permanente em posição de fraqueza para se oporem às reformas, na medida em que os trabalhadores temporários e desempregados eram relativamente numerosos». Nesta estratégia duma abordagem pelos flancos, visando romper a frente de combate através das linhas de menor resistência, é fácil perceber que o mais eficaz consiste em atacar primeiro os próprios desempregados."
Outros assuntos
"Tal como não é pelo facto de alguém estudar que se cria empregos qualificados, nem é por alguém se pôr à cata de cogumelos que eles vão crescer, nem é por alguém querer ficar apaixonado que surgem lindas raparigas ou belos mocetões (embora, neste caso...), também não é o facto de alguém se pôr à procura de emprego que cria emprego! “Deixemos os desempregados em paz!” deveria ser a única máxima respeitável quando o nível da procura efectiva e o apetite de acumulação dos empresários se mostram insuficientes para que se realize a esperança de toda a população encontrar trabalho.
A boa fé poderia mesmo levar a admitir, quando o emprego falta, e face ao amoralismo dos prelados defensores do trabalho penoso, que a racionalidade económica mais bem pensada exige que se proclame a instituição do desemprego voluntário. De facto, quando a penúria se instala, mais vale frustrar os que têm menos necessidade desse “bem” tão desejado. Desde há dois séculos, entregámos as chaves da casa à economia de empresa privada, para o bem e para o mal. Quando surge o mal (o “bem” aconteceu às vezes, quando o mundo capitalista desenvolvido era keynesiano-fordiano), a razão “liberal” no verdadeiro sentido da palavra exigiria que se moderasse ao máximo o duro esforço da colectividade, deixando os indivíduos “escolher” quem deve estar desempregado e quem deve ocupar um emprego. Não é precisamente esta a orientação que se está a esboçar...
Desde há muito tempo, os povos sabem que é graças ao produto dos seus impostos que são enviados para a guerra. A novidade radical agora surgida é que, ao financiarem a OCDE, eles erguem exércitos contra si mesmos."

Quem quiser ler o resto do artigo onde esta citação está contida, chamada "Os economistas em guerra contra os desempregados" sirva-se.

Etiquetas: ,

Conselhos a um jovem

¿Qué diría a un joven que desee cambiar este sistema y no sepa por dónde empezar?
Primero que reflexione sobre los problemas del mundo (hambre, enfermedades, guerras, analfabetismo….) y si tienen o no tienen solución. Que mire su propia situación y la de tantos jóvenes en el empleo precario y sin moral, y luego que se comprometa.
Francisco Frutos

Etiquetas:

segunda-feira, março 05, 2007

"A balcanização do ensino primário"

"Com efeito, quando o caminho das políticas educativas, no domínio do currículo e da formação de professores (como é o caso também dos novos padrões de formação estipulados para a reforma dos cursos de formação inicial de professores), passa a convergir com as opções veiculadas por ideólogos neo-conservadores que exibem com alarde as suas crenças educativas nos meios de comunicação, adensa-se mais a inquietação de muitos profissionais de educação, especialmente os da educação pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico, pela balcanização disciplinar que se agiganta, com todas as consequências culturais e políticas que revela."

Sérgio Niza
Professor do Instituto Superior de Psicologia Aplicada

Publicado no Jornal de Letras - Educação e retirada do blog Inquietações Pedagógicas.
Esta citação é um aperitivo para o texto completo que se pode encontrar aqui.

Etiquetas:

Se a hipocrisia matasse...

Se a hipocrisia matasse a ministra da Educação seria imediatamente fulminada. Depois de dois anos a minar a credibilidade dos docentes e a denegrir a sua imagem tornando-os alvos fáceis da ira dos menos esclarecidos, vem agora tomar medidas, branqueando a sua responsabilidade moral na situação actual de violência para com os professores.
Há dias, uma informação estatística relevante comparava o número de agressões a docentes em Portugal e em Inglaterra: a inglaterra com três vezes mais professores do que Portugal, teve no ano passado duas vezes menos agressões a professores. Para aqueles que gostam de retirar conclusões fáceis de dados estatísticos, tal comparação seria demolidora. Mas quanto a isso nada diz a senhora que tanto gosta de números quando eles podem ser usados como arma de arremesso contra os professores portugueses.
Leiam estas pérolas de hipocrisia da senhora no "público" de hoje:
"A ministra da Educação quer reforçar a autoridade das escolas e dos professores. Por isso, anuncia que já está em curso a revisão do Estatuto do Aluno. É o que defende Maria de Lurdes Rodrigues num artigo de opinião hoje publicado no jornal Público.
SIC
A indisciplina e a violência nas escolas há muito que preocupam docentes, alunos e famílias. Só o ano passado, registaram-se 390 casos de agressão física a professores, segundo os dados oficiais. Mas muitos há que não chegam sequer a ser contabilizados. A perspectiva de processos intermináveis dá, muitas vezes, a vitória à impunidade.
Maria de Lurdes Rodrigues considera, por isso, que é preciso "desburocractizar os procedimentos associados à gestão da indisciplina que são excessivamente codificados e desvalorizadores da autoridade do professor, comprometendo a eficiência educativa".
Nesse sentido já está a ser revisto o Estatuto do Aluno para "reforçar a autoridade dos órgãos de gestão das escolas e dos professores na tomada de medidas disciplinares de carácter educativo".
No artigo de opinião publicado hoje no jornal Público, a responsável pela pasta da Educação reconhece que "o problema da indisciplina e da incivilidade compromete a qualidade da relação pedagógica entre professores e alunos e impede o desenvolvimento do trabalho e do estudo".
Ainda no caminho da responsabilização, Maria de Lurdes Rodrigues afirma que será também "reforçada a responsabilidade das famílias pela assiduidade e participação efectiva dos alunos na escolaridade obrigatória".
Neste contexto defende ainda a necessidade de diferenciar violência e indisciplina para aumentar a eficácia da intervenção e garantir meios de defesa da escola, dos professores e dos alunos."

Etiquetas:

domingo, março 04, 2007

Um neoliberal na Educação na "Travessa do fala só".

Jeb Bush esteve cá a participar numa iniciativa da Calouste Gulbenkian sobre Educação. Ler notícia aqui. Apresentou um conjunto de receitas tipicas do neoliberalismo para a educação que diz ter aplicado com resultados excelentes no estado da Flórida onde foi governador. O tal estado onde através de fraudes em larga escala o seu irmão conseguiu vencer as primeiras eleições para a presidência dos EUA e que "catapultaram" o seu país para uma "república das bananas" não fosse a memória histórica e a análise política no ocidente algo em vias de extinção.
Dizia então eu que o senhor apresentou, pelos vistos sem questionamentos, as suas receitas, em geral tipicas do neoliberalismo: competição entre escolas, rankings, prémios para as melhores escolas, concorrência publico-privado, privatização, escolha de escolas pelos pais, generalização de de exames entre o 3.º e o 12.º ano, mais reprovações, melhores salários para os professores com melhores resultados. Disse que as escolas piores melhoraram, afirmando esta pérola de quadratura do círculo estatístico: “Em oito anos, o número de escolas com as duas melhores classificações quadruplicou e o número de escolas com os piores resultados diminuiu 80 por cento”, pelos vistos sem que ninguém o questionasse.
Caros eventuais leitores deste post: depois de lerem a notícia que perguntas gostariam de fazer a este senhor? Eu gostaria de fazer várias e saber o que ele tinha para me responder.

Etiquetas:

sábado, março 03, 2007

Tempo de aprender

Manifestação da CGTP. Mais de cem mil trabalhadores, incluindo professores.
Um mar de gente a clamar por uma política diferente - uma política de esquerda. Por uma política onde os direitos dos trabalhadores sejam reconhecidos na sociedade. Em primeiríssimo lugar o direito a trabalhar. Seguido do reconhecimento de que o trabalho deve ser acompanhado de direitos.
Para mim o mais marcante e comovedor foi ver a expressão dos trabalhadoras (e reformados) mais humildes na manifestação. Recordei a luta ganha, aqui há uns anos, pelo direito à semana de 40 horas de trabalho. Luta persistente, consistente e ganhadora onde, por exemplo, as mulheres trabalhadoras texteis enquadradas pela CGTP se mostraram enormes. Lembrei-me como pensei na altura, em que fazia parte da direcção do Sindicato dos Professores do Norte: como gostaria de ver os professores com a mesma capacidade de união, de dignidade e de luta.
É que se é verdade que os professores estão a ver perder, neste momento, uma quantidade de direitos assinalável, a situação da maioria dos nossos trabalhadores portugueses é ainda, em geral, muito pior: desemprego e medo de perder o emprego; baixíssimos salários; precariedade extrema; intensificação e pressão no trabalho. (eu não estou a esquecer a situação precária dos professores desempregados e contratados).
Como seria bonito se os professores portugueses também soubessem ensinar aos outros portugueses coisas como a solidariedade e a fraternidade. Actualmente, reconheçamo-lo com humildade: estamos em tempo de recebermos lições de solidariedade, dignidade e de força dos nossos companheiros trabalhadores mais humildes.

Etiquetas: ,

quinta-feira, março 01, 2007

Trabalhadores

Há vinte e dois anos atrás, duas horas antes de dar a minha primeira aula, a presidente do conselho directivo da escola onde eu iria trabalhar, perguntou-me se queria ser sindicalizado. Eu só lhe perguntei: é na Fenprof ou no outro. Como ela me respondeu Fenprof eu assinei mesmo ali a ficha de adesão. Já na altura sabia a importância que o sindicalismo tinha e tem.
Desde aí tenho feito todas as greves (que aliás só pecaram por defeito) e participado em grande parte das manifestações. Quanto a estas últimas recordo ainda uma frase da mesma presidente quando eu lhe perguntei porque não estavam mais professores numa manif na Batalha, Porto, marcada pelo SPN. Ela respondeu-me uma frase que nunca mais esqueci: "sabes, os professores pensam que não são trabalhadores".
Por ser trabalhador, por ter causas comuns e actuais com os actuais trabalhadores, do público e do privado: Estabilidade, Salários, Carreiras, Segurança Social e Reforma, etc. Vou participar na manif convocada pela CGTP no dia 2 de Março em Lisboa.
Espero ver muitos trabalhadores professores lá.

Etiquetas: